sábado, 28 de outubro de 2006

Este é o Oliver (ou Enzo - a escolha é difícil!) e é a concretização de um sonho:


O meu gato come mesmo chocolates. E faz ronrom.

domingo, 22 de outubro de 2006

"Volto a pensar em ti.
E por um momento, por motivo nenhum, tenho esperança. Acredito: estaremos juntos. Um dia, qualquer dia.

(...)
Não tenho coragem de o encarar mas sei que olha em frente: vendo nada. Imagino que recordará: a sua colecção de momentos e sensações, uma compilação de felicidades, o seu best of. Talvez passe a viver do passado, no passado; reproduzindo na sua mente a cassete que agora compila, ordena, perfeiçoa. Play; replay. Por um momento, desvio o olhar e espreito as suas mãos, pousadas sobre as pernas. (...) mãos repletas de vida: como se as experiências e as sensações aí se fossem acumulando, camada após camada; como se lentamente tudo se fosse dirigindo e concentrando nas mãos; como se aí residisse o fulcro do que é a vida, foi a vida. A mão que diz ao cérebro: o que eu sinto tu não saboreias.

(...)

Por vezes, também penso que é suficiente amar-te, que a concretização (ou até a correspondência) desse amor apenas corromperia a perfeição do sentimento que me une a ti. Por vezes, penso: amar é ma forma de ser amado.
E consigo suportar o teu silêncio. Por vezes.

A esperança é o mais inconsequente e fútil dos sentimentos; ou o mais abnegado e sublime?
Diz-me tu."


[Paulo Kellerman, 'Gastar Palavras -estórias-']



sábado, 7 de outubro de 2006

hoje vi o mundo desfocado.

as pessoas como espectros difusos, dissolvidas em sombras, almas deambulantes sem rosto ou forma concreta, nem meros obstáculos a contornar, não pisar, não esbarrar, por ser apenas eu -eu corpo inquietado, emocinal, confuso, eu rosto cinzento, carregado, distante e presente, eu egoísta. e as pessoas somente geradores de ruído, presença-ausência ignorada, desprezada; as pessoas fantasmas, matéria ocupante, pedras animizadas...
até mesmo o sol incomodou, a claridade, o calor... as cores, as texturas, os sabores... e o barulho das pessoas, a seu estar sem raiz, a sua passagem constante, e o barulho,

o barulho!...


Shh!...



o barulho.



Desfocou.