hoje vi o mundo desfocado.
as pessoas como espectros difusos, dissolvidas em sombras, almas deambulantes sem rosto ou forma concreta, nem meros obstáculos a contornar, não pisar, não esbarrar, por ser apenas eu -eu corpo inquietado, emocinal, confuso, eu rosto cinzento, carregado, distante e presente, eu egoísta. e as pessoas somente geradores de ruído, presença-ausência ignorada, desprezada; as pessoas fantasmas, matéria ocupante, pedras animizadas...
até mesmo o sol incomodou, a claridade, o calor... as cores, as texturas, os sabores... e o barulho das pessoas, a seu estar sem raiz, a sua passagem constante, e o barulho,
o barulho!...
Shh!... o barulho.Desfocou.