terça-feira, 28 de novembro de 2006

Entro em casa. Tranco-me no quarto. Apago a luz. Deito-me. Fecho os olhos. Penso em ti. Desespero. Enervame-me o pisca-pisca intervalado do computador com sessão suspendida. Sinto a tua falta. Angustio.
E ali percebo: tenho o coração suspenso e a alma intermitente.
Preciso de ser reiniciada.






(o meu gato tem vontade de permanecer passivo-invisível. ninguém vem miar a este telhado...)

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Percorro este caminho, que à rotina se abraçou. E, ali mesmo, após a passadeira, escorrego num alçapão da memória, que me transporta até há uns mais de dez anos atrás.
Segura-me a mão um adulto e tudo me parece gigantesco: talvez pela dominância do verde em matizes, no relvado, à direita, na sebe alta, à esquerda; ou, ainda, pelos candeeiros, cujas bolas parecem suspensas, destacando-se de todo o elemento natural. Porque a minha altura é pouco maior do que os arbustos que separam o passeio do pequeno relvado, pela imensidão do céu que vislumbro, quando ergo a cabeça para respirar um pouco mais, pela pressa que dá corda aos meus pés, sinto-me pequena… Sinto-me pequena, mas continuo a caminhar, segura pela força da mão que os meus passos conduz.
Hoje, percorro este troço de caminho – o mesmo verde dominante, os mesmos candeeiros flutuantes, as mesmas árvores, maiores, agora.Curioso como, mais de dez anos depois e sem a mão da minha mãe e segurar a minha, invadida por um vazio interior tão presente, o mesmo passeio para a universidade continua a fazer-me sentir pequenina. Uma pequenez diferente, é certo – pequenez de quem pousa o olhar deambulante no manto retalhado de folhas amarelecidas pelo Outono, caídas no verde sujo da relva, e nelas se revê espelhada. Assim, partida, desfragmentada, caída de uns alicerces outrora fortes...
Assim deposta nua, fraca, desenraízada… Assim: quebrada.
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(A fotografia é do meu Amigo Adriano: whywhatBlog , whywhatDeviantArt.
.:A ti, Adriano, agradeço-te por teres cedido e autorizado uma das tuas bonitas imagens, para a ilustração do meu texto. Agradeço-te por muito mais, mas isso habitará sempre no abraço bom. [*] )

domingo, 19 de novembro de 2006

(parte de) "Uma visita guiada"



''Dentro de nós há o mesmo problema do ou ou e, mas acho que é ao contrário. Às vezes gostávamos que as coisas cá dentro fossem ou brancas ou pretas e os sentimentos estivessem, no coração, separados segundo as suas cores em gavetas diferentes. A vida seria muito mais simples. O problema é que, no coração, vem tudo misturado e cheio de es. Há coisas que parecem boas e são más enquanto que outras parecem más e são boas. Uma pessoa, se não tem cuidado, engana-se.

(...)

Não sei de onde vem toda esta agitação que nos atacou o coração e nos deixa como baratas tontas sempre à procura da metade que não temos e do sítio onde não estamos. Há quem diga que é feitiço. Acho que, antes de nascermos, alguém nos segredou baixinho que é possível sermos totalmente felizes. E acho que este segredo bom é culpa de não nos contentarmos nunca com o que já alcançámos e queremos sempre mais. Na maternidade começamos uma viagem, que ninguém mais pode fazer por nós, à procura duma praia que sabemos existir - embora só às vezes oiçamos ao longe o som das suas ondas - e se chama felicidade."



[O Príncipe e a Lavadeira - Nuno Tovar de Lemos, s.j.]

(Um livro descoberto em momentos bonitos, marcados pelo olhinho de estrelas e o coração quentinho. Daqueles que é sempre bom (re)ler, em dias frios e vazios - (re)lembrando-O e a Sua presença.)

domingo, 5 de novembro de 2006


Vêem, eu disse que é roxo, que sorri, e que come chocolates!... O que é que acham que ele está a fazer agora?









É o Oliver, o meu sonho concretizado.


quinta-feira, 2 de novembro de 2006

estou preenchida de ausências.



(o Meu Novo E Para Sempre Amor, que é o meu gatinho (Oliver!), está cá e aquece o meu coraçãozinho e alminha inquietos, mas não substitui ninguém... eu amo o meu gato., já disse?)